23 de abr. de 2009

“Bem como dizia o comandante, doer, dói sempre. Só não dói depois de morto, porque a vida toda é um doer.

O ruim é quando fica dormente. E também não tem dor que não se acalme – e as mais das vezes se apaga. Aquilo que te mata hoje amanhã estará esquecido, e eu não sei se isso está certo ou errado, porque o certo era lembrar. Então o bom, o feliz se apagar como o ruim, me parece injusto, porque o bom sempre acontece menos e o mau dez vezes mais. O verdadeiro seria que desbotasse o mau e o bom ficasse nas suas cores vivas, chamando alegria.

Pensei que ia contar com raiva no reviver das coisas, mas errei. Dor se gasta. E raiva também, e até ódio. Aliás também se gasta a alegria, eu já não disse?

Embora a gente se renove como todo mundo, tudo no mundo que não se repete jamais – pode parecer que é o mesmo mas são tudo outros, as folhas das plantas, os passarinhos, os peixes, as moscas.

Nada volta mais, nem sequer as ondas do mar voltam; a água é outra em cada onda, a água da maré alta se embebe na areia onde se filtra, e a outra onda que vem é água nova, caída das nuvens da chuva. E as folhas do ano passado amarelaram, se esfarinharam, viraram terra, e estas folhas de hoje também são novas, feitas de uma seiva nova, chupada do chão molhado por chuvas novas. E os passarinhos são outros também, filhos e netos daqueles que faziam ninho e cantavam no ano passado, e assim também os peixes, e os ratos da dispensa, e os pintos... tudo. Sem falar nas moscas, grilos e mosquitos. Tudo.”

Dôra, Doralina - Raquel de Queiroz - 1975

15 de abr. de 2009

Libertando



Ele a beijou docemente e ela notou que era uma despedida. O seu amado estava partindo e isso era tudo que ela sabia. Ela era a única pessoa que poderia detê-lo, mas resolveu liberta-lo, dar a ele a liberdade que ela não tinha. Ela sabia que ele precisava encontrar em outros lugares aquilo que não encontrava ali, mesmo ela sendo o tudo dele. Ele precisava voar. Ele se foi, ela o permitiu ir.

No escuro os seus olhos buscavam incessantemente pelos os dele. Ela sabia e já estava cansada de saber que a luz só voltaria quando ele estivesse ao seu lado. E todos perguntavam a ela porque havia permitido que ele partisse, pois o brilho dos seus olhos era ele. A resposta que encontravam era “O deixei partir porque não queria ser egoísta ao prendê-lo aqui, pois me era conhecido o seu desejo de liberdade.” Mas todos sabiam que ele também havia sido egoísta ao pensar apenas em sua felicidade, ao deixar a amada sofrendo.

Ela tinha plena consciência que ele não pertencia aquele lugar, nem a lugar nenhum. Estava voando inultimente, mas as asas dele haviam acabado de sarar e ele precisava voar, precisava conhecer as alturas, ganhar e encantar o mundo. Enquanto ela sofria feito criança que liberta o canarinho amado.

O que a confortava era saber que o perdia para a liberdade e que um dia ele poderia se cansar de ser livre e retornaria para as prisões dela e a permitira fazê-lo feliz, como ela havia sempre desejado.

Thalita


_________________________________________________________

Gostaria de mandar alguns abraços, só para modificar um pouco a rotina de apenas postar.
Vou mandar um abraço para a Rafa, pro Daniel e para o Alex. Rafa e Daniel porque sempre tem me aturado na sala de aula, e vou falar uma coisa, me aturar não é fácil, mto obrigada pela amizade de vocês que é super especial, agradeço muito a Deus pela vida de vocês e por Ele me ter dado o privilegio de conhecê-los. Para o Alex pq ele tem me aturado o dia todo no msn.
E agora um abraço para os visitantes deste humilde blog, obrigada pela presença doce aqui.
Bjos pra todos!

9 de abr. de 2009

Do que não se tem mais noticias

O que sei é que não tenho mais noticias de quem me perguntas.
Não sei onde se encontra,
Nem o que faz.
Tratei de esquecer o nome,
A data do aniversario,
O endereço.
Tratei de esquecer tudo que sabia dele,
E olha que não era pouca coisa.

Ele era o meu ar,
Meu chão,
Minha alegria,
Minha vida.
Minha cor.

O que fiz se ele era tudo isso?
Deixei de respirar,
Deixei de pisar,
Fiquei triste,
Parei de viver.
Desbotei.

Mas estou renascendo,
Aos poucos tenho aprendido a viver.
Tenho aprendido a não depender de ninguém pra viver.
Não vou dar o lugar dele a mais ninguém,
Pois esse lugar deve pertencer a mim mesma.

Agora tenho outono, pois sua ausência trouxe tristeza.
Logo virá o inverno,
Doloroso, triste, frio.
Mas depois virá a Primavera.

Thalita

7 de abr. de 2009

Mudanças

Olá meus caros!!!!
Mto tempo sem aparecer por aqui, desculpa por isso. Mas estava sem motivação, tempo e com muita preguiça.
Bem o fato é que o blog modificou-se, De "Totalmente Meu!" passou para "Deu na telha.com", motivos: agora vou postar o que realmente der na telha, o que aparecer na cabeça, o que surgir no meu caderno de ideias. Não vai deixar de ser totalmente meu, mas agora modificou-se para me dar motivação. Isso não quer dizer q sempre vai ter postagens, mas sempre que algo der na telha vai ser postado.
Bem é isso...
Bjos pra todos!!!